quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Um Guia para o Casamento Judaico - Site WebJudaica

É muito mais do que uma troca de alianças. Trata-se de aprender seu profundo significado, bem como imprimir uma cópia para os convidados do seu casamento!

O casamento judaico é repleto de rituais significativos, dando sentido ao propósito e significado mais profundo do casamento. Esses rituais simbolizam a beleza do relacionamento entre marido e mulher, bem como suas obrigações para com outro e com o povo Judeu.

Na preparação para o casamento, o chatan (noivo em Hebraico) e a kallah (noiva) não devem apenas focar nos aspectos materiais e cronológicos da vida de casado, mas devem também se preocupar com a preparação para um futuro religioso, espiritual e moral.

O guia abaixo explica as tradições do casamento Judaico, e lhe ajudará a entender melhor a beleza e a alegria dessa comemoração.

O DIA DO CASAMENTO
O amanhecer do dia do casamento anuncia o dia mais feliz e sagrado da vida de uma pessoa. Esse dia é considerado um Iom Kipur particular para o chatan e a kallah, a partir deste dia todos os seus erros do passado são perdoados, uma vez que eles se fundem numa nova e completa alma.

Como no Iom Kipur, tanto o chatan como a kallah jejuam (neste caso, desde o amanhecer até o final da cerimônia de casamento). E na cerimônia, o chatan veste o kittel, a tradicional vestimenta branca usada em Iom Kipur.

KABALAT PANIM
É costume o chatan e a kallah não se verem uma semana antes do casamento. Uma recepção separada, chamada Kabalat Panim, é feita bem antes da cerimônia do casamento.

A tradição judaica compara o casal com o rei e a rainha. A kallah ficará sentada num trono recebendo os convidados, enquanto o chatan é rodeado por convidados que cantam e brindam com ele.

Nessa hora é tradição a mãe da noiva e do noivo ficarem de pé e juntas quebrarem o prato. A razão é para mostrar a seriedade do compromisso – assim como um prato nunca poderá ser completamente consertado, um relacionamento quebrado não pode ser completamente consertado.

BADEKEN
Depois vem o badeken, quando o noivo cobre a noiva com o véu. O véu simboliza a idéia de modéstia, e transmite a lição de que mesmo a atração física sendo importante, mais ainda são a alma e o caráter.

O chatan, acompanhado da família e amigos, segue até o quarto da kallah e coloca o véu sobre sua face. Este é um costume antigo e serve como a primeira de muitas ações que o noivo sinaliza seu comprometimento em vestir e proteger a sua esposa. Isso lembra quando Rebeca cobriu seu rosto antes de se casar com Isaac.

CHUPÁ
A cerimônia de casamento acontece embaixo de uma chupá (toldo), o símbolo da casa que será construída e dividida pelo casal. É aberta de todos os lados, assim como era a tenda de Avraham e Sarah a fim de receber todos os amigos e parentes com incondicional hospitalidade.

A chupá é geralmente montada ao ar livre, sob as estrelas, como um sinal de benção dada por D'us ao patriarca Avraham, que seus filhos serão como estrelas do céu.

O chatan e a kallah usarão uma jóia embaixo da chupah (toldo do casamento). O comprometimento mútuo do casal está baseado na essência de como eles são como pessoas e não nas suas respectivas posses materiais.

O chatan, seguido da kallah, é geralmente guiado até a chupá pelos seus pais.

Sob a chupá, a kallah dá sete voltas ao redor do chatan. Uma vez que o mundo foi criado em sete dias, metaforicamente é como se a kallah estivesse construindo as paredes da nova casa do casal. O número sete também simboliza a totalidade e integridade que eles não podem atingir separadamente. A kallah fica então do lado direito do chatan.

BENÇÃOS (KIDUSHIN)
Duas taças de vinho são usadas na cerimônia de casamento. A primeira acompanha a benção de noivado, e após ser recitada, o casal bebe dessa taça.
O vinho, é um símbolo de alegria na tradição judaica, está associado com o Kidush, a reza de santificação recitada no Shabat e nas festividades. O Casamento, que é chamado de Kidushin (Sagrado), é a santificação do homem e da mulher um para o outro.

DANDO A ALIANÇA
A aliança deve ser feita de ouro puro, sem desenhos ou ornamentos (ex. pedras) – isso porque se espera que o casamento seja de uma beleza simples.
O chatan agora pega a aliança de casamento nas suas mãos, e ao olho nú de duas testemunhas, ele declara a sua esposa: "Eu te consagro com este anel de acordo com as leis de Moisés e Israel". Então, ele coloca o anel no dedo indicador da mão direita de sua noiva. De acordo com a lei judaica, esse é o momento central da cerimônia de casamento, e o casal está completamente unido nesse momento.

KETUBÁ (CONTRATO NUPCIAL)
Ocorre então a leitura da Ketubá (contrato nupcial) com o texto na língua Aramaica. No casamento, o chatan aceita para si algumas responsabilidades matrimoniais que são detalhadas na Ketubá. A sua obrigação principal é prover alimentos, abrigo e roupas para sua esposa, e ser atencioso com relação às suas necessidades emocionais. A proteção dos direitos de uma esposa judia é tão importante que o casamento só pode ser formalizado após a leitura completa do contrato.

O documento é assinado por duas testemunhas, e mantido como um acordo de obrigações legais. A Ketubá é de propriedade da kallah e deve ser acessível durante todo o período do casamento. Geralmente é escrita em meio a um linda arte final, para ser enquadrada e pendurada em casa. A leitura da Ketubá atua como uma quebra entre a primeira parte da cerimônia -- Kidushin, e a última parte -- Nissuin (casamento).

AS SETE BENÇÃOS
As Sete Bençãos (Sheva Brachot) são agora recitadas sobre um segundo copo de vinho. O tema dessas bençãos ligam o noivo e a noiva, chatan e kallah, para nossa fé em D'us como Criador do mundo, Maior Benfeitor da alegria e do amor, e Redentor final do nosso povo.

Essas bençãos são recitadas por um rabino ou outras pessoas que os familiares desejam honrar.

No final das sete bençãos. Novamente o noivo e a noiva bebem um pouco de vinho.

QUEBRANDO O COPO
Um copo é colocado no chão, e o chatan quebra com o seu pé. Esse ato serve como uma expressão de tristeza com a destruição do Templo em Jerusalém, e proporciona ao casal sua identidade de povo Judeu. Um Judeu, mesmo no maior momento de sua alegria, tem em mente sua vontade maior ainda de reerguer Jerusalém ao seu mais alto jubilo.

Outros explicam que essa é a últma vez que o noivo "pisa" em alguém. Em Israel, o copo é quebrado bem no começo, antes da leitura da Ketubá.
Isso marca a conclusão da cerimônia. Com gritos de "Mazel Tov", o chatan e a kallah oferecem uma alegre recepção para seus convidados, enquanto eles deixam a chupá e se dirigem ao quarto de Yichud, para terem o seu momento de privacidade.

YICHUD
O casal é acompanhado por testemunhas para um quarto privado e ficam sozinhos pela primeira vez. Esse momento de privacidade significa o novo direito adquirido da noiva e do noivo de viverem juntos como marido e mulher. Uma vez que o casal estava de jejum desde o amanhecer, é nesse momento que eles quebram o jejum.

A REFEIÇÃO FESTIVA (SEUDÁ)
É uma mitzvá para os convidados alegrarem o chatan e a kallah no dia do seu casamento. Com muita música e danças os convidados brindam com o novo casal. Para alegrar mais ainda esta ocasião, alguns convidados chegam a demonstrar suas habilidades acrobáticas e malabaristas.

Após a refeição, é recitada Birkat Hamazon (benção após a refeição), e são repetidas as Sheva Brachot (Sete Bençãos).

Durante a semana que sucede o casamento, é costume os amigos e parentes dos noivos oferecerem uma refeição festiva para homenageá-los. Essa semana é chamada de Sheva Brachot, por causa das bençãos ditas no final de cada uma destas refeições festivas.


Fonte: Aish HaTorah

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